quinta-feira, 5 de julho de 2012

UNIÃO EUROPÉIA REJEITOU O ACTA, ENQUANTO O BRASIL

Discute e aprimora o Marco Civil da Internet e está aberto a sugestões até sexta-feira, pretende-se evitar qualquer censura na web. Em 04/07/2012, o Acordo Comercial Anticontrafação recebeu um chumbo redondo por parte do Parlamento Europeu: 478 votos contra, 165 abstenções e apenas 39 opiniões a favor
Por Rui Ferreira
Apesar de o ACTA ter como principal objetivo a uniformização contra a luta da pirataria, contrafação de conteúdos e da violação dos direitos de autor, muitos consideram que a proposta põe em causa boa parte da liberdade que existe atualmente na Internet.
Foto: Frederick Florin/AFP by: Jornal Público
O Anti-Counterfeiting Trade Agreement é um acordo entre a União Européia e mais dez países, entre os quais se destacam os EUA, o Japão e a Austrália. O tratado fica sem efeito a nível europeu, e fica também sem qualquer hipótese de vir a ser recuperado no futuro para nova discussão. Muitos eurodeputados mostraram a sua satisfação logo após a rejeição do acordo com cartazes com a frase “Olá democracia, adeus ACTA”. Para muitos o ACTA era visto como uma versão mais global e ligeiramente mais «pesada» da proposta americana conhecida como SOPA e que também causou polêmica. Notícia completa neste endereço:
Queremos evitar qualquer censura na web”, diz relator do marco civil, Deputado Alessandro Molon participa do fórum sobre internet, em PE. Pré-projeto continua recebendo sugestões até sexta-feira, às 18h
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
Para Molon, projeto garante liberdade de expressão do internauta. Privacidade do usuário, liberdade de expressão e neutralidade da rede. Esses são os três pilares do marco civil da internet, de acordo com o relator do projeto, o deputado federal Alessandro Molon (PT), que participou de uma conversa com a imprensa na tarde desta quinta-feira (5), último dia do Fórum da Internet no Brasil, que acontece no Centro de Convenções, em Olinda.

O projeto contou com ampla participação popular e ainda recebe sugestões através do site da Câmara até às 18h desta sexta (6), onde o pré-projeto está disponível para consulta. "O relatório que disponibilizamos foi para que a sociedade brasileira possa ver o avanço e possa discordar do que foi feito. Mudanças podem ser feitas ainda, a versão final deve ser apresentada na terça-feira (10), às 14h30, quando a comissão especial se reunirá para apreciar o relatório e votar", explica o deputado.

O projeto se preocupou em manter o direito à livre expressão na rede. "Queremos evitar a todo custo qualquer forma de censura na internet. Não é possível fazer do Brasil o país democrático que a gente quer se a liberdade de expressão não for respeitada. Ele amplia e garante a liberdade, com as regras para a remoção de qualquer conteúdo ficando mais claras, em especial no artigo 15. Reforçam a liberdade de expressão e protegem ainda mais o usuário quanto à proteção de conteúdo", afirma o deputado.

A preocupação com a neutralidade da rede foi um dos pontos que chamou a atenção durante os debates que aconteceram para elaboração do projeto substitutivo do marco civil da web. "Nós procuramos aumentar as garantias, estender a proteção à neutralidade da rede. Acreditamos que reforçamos essa neutralidade, que consideramos fundamental para que a internet não perca sua abertura, democracia e horizontalidade", afirma Alessandro.

A questão da neutralidade na rede caminha muito próxima da preservação do direito à privacidade do usuário, a partir do momento em que impede a monitoração dos dados transmitidos e acessados pelo internáuta. "Nós procuramos garantir ao usuário a proteção de que seus dados não serão utilizados sem que ele tenha conhecimento disso e sem que ele permita. Nós estabelecemos que é vedado bloquear, filtrar, analisar ou fiscalizar os conteúdos dos pacotes, exceto nos casos previstos por lei. Queremos assim, também, evitar que a nossa navegação seja bisbilhotada e seja vendida para marketing direcionado. Nós não somos mercadorias e não queremos ser tratados como mercadoria", ressalta o relator do projeto.
Saiba mais neste endereço:




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